Sintomas

Sintomas da Dengue

Aspectos Clínicos

Embora na grande maioria das vezes as pessoas infectadas não apresentem grandes manifestações clínicas ou apresentem um quadro clínico semelhante a um quadro de uma virose comum, em uma parcela da população suscetível a infecção pode provocar uma enfermidade grave, por vezes fatal: a dengue hemorrágico ou síndrome de choque do dengue (FHD/SCD).

Alguns Sintomas

Dor de Cabeça Dor nas Juntas Dor nos Olhos Falta de Apetite Febre Alta Manchas Avermelhadas

Quando o paciente é infectado pela primeira vez, diz-se que o mesmo tem uma infecção primária; quando infectado pela segunda vez, denomina-se infecção secundária.

Características da Infecção e doença

A infecção pelos vírus dengue pode ser assintomática ou sintomática. O período de incubação costuma ser de quatro a sete dias, embora possa variar de três até quinze dias. O espectro clínico das infecções sintomáticas pode variar desde uma enfermidade febril indiferenciada até a síndrome de choque da dengue.

O percentual de infecções assintomáticas está relacionado a fatores ambientais, individuais, do vetor e do próprio vírus, e segundo estimativas podem variar até 56%.

A ocorrência de uma enfermidade febril inespecífica, de curta duração, acompanhada de faringite, rinite e tosse branda é mais freqüentemente observada em lactentes e pré-escolares. Por vezes, esse quadro febril pode ser acompanhado de uma erupção maculopapular, o que dificulta o seu diagnóstico exclusivamente em bases clínicas.

Dengue clássica

A Sintomatologia da Dengue Clássica, caracteristicamente manifesta-se com febre de início súbito, cefaléia (dor de cabeça), dor retroorbital (dor atrás dos olhos), mialgias (dor muscular), artralgias (dor articular), astenia (sensação de fraqueza) e prostração. Manifestações gastrintestinais tais como náuseas, vômitos e diarréias podem ocorrer, assim como linfadenopatias (gânglios inflamados).

A febre persiste, em média, por cinco a sete dias, acompanhada por vezes de calafrios.

O quadro clínico na criança, na maioria das vezes se apresenta como uma síndrome febril com sinais e sintomas inespecíficos, como apatia ou sonolência, recusa da alimentação, vômitos, diarréia ou fezes amolecidas.

Manchas pelo corpo podem aparecer tanto nas primeiras 24 horas do período febril, quanto no período posterior a este.

Após o desaparecimento das manchas pode surgir um prurido palmo-plantar (coceira na palma das mão e planta dos pés).

Os sinais de alerta e o agravamento do quadro costumam ocorrer na fase de remissão da febre.

A persistência de sintomas articulares após a cura da doença não costuma estar associada à dengue e sugere outras etiologias virais.

Febre Hemorrágica da Dengue/Síndrome de Choque da Dengue [FHD/SCD]

A FHD (Febre Hemorrágica da Dengue) apresenta-se como uma febre de início súbito que é acompanhada de uma variedade de sinais e sintomas similares àqueles da dengue clássica, podendo durar de dois a sete dias.

Os casos "típicos" de FHD/SCD apresentam quatro manifestações clínicas principais: febre alta, fenômenos hemorrágicos e, freqüentemente, hepatomegalia (aumento do fígado) e insuficiência circulatória.

As manifestações hemorrágicas mais freqüentes são as petéquias observadas na prova do laço positiva, os hematomas e os sangramentos nos locais de punção venosa.

As Petéquias podem ser vistas nas extremidades, face, abdômen e axilas. Epistaxes (sangramento nasal) e gengivorragias (sangramento gengival) são mais comuns. Os sangramentos gastro intestinais volumosos são mais raros. Hepatomegalia dolorosa, de tamanho variável, pode surgir no início da fase febril.

A crise febril pode ser acompanhada de suores profusos e mudanças na pulsação e na pressão sangüínea, além de extremidades frias e pele edemaciada (inchada). Estas alterações são reflexos da fuga de plasma do espaço intravascular para o espaço extravascular, constituindo sinais de gravidade da doença.

As dores abdominais são freqüentemente referidas antes do início do choque hipovolêmico, que clinicamente acarretará diminuição da pressão sangüínea e da amplitude do pulso radial.

O paciente, quando abordado de maneira correta e precocemente, pode recuperar-se rapidamente com a introdução das medidas apropriadas (reposição de volume).

Quando o choque não é tratado adequadamente, pode ocorrer a evolução para um distúrbio hidro eletrolítico com acidose metabólica e graves sangramentos gastrintestinais e em outros órgãos, podendo o paciente evoluir para o óbito em 12 a 24 horas.

Etiopatogenia da FHD/SCD e quadros incomuns.

Como vimos, FHD/SCD é caracterizada pela saída de fluidos e proteínas, predominantemente albumina, do leito vascular (intravascular) para espaços intersticiais e cavidades serosas (extravascular).

Esse fenômeno resulta na diminuição do volume plasmático, gerando hipovolemia e, acredita-se ser mediado por alterações na permeabilidade do endotélio, resultante da perda das junções celulares.

Com uma freqüência cada vez maior, têm sido descritos casos de comprometimento do sistema nervoso central, comprometimento hepático, esplênico e miocardiopatia, em infecções pelo vírus da Dengue.

O acometimento do SNC pode acontecer durante a infecção aguda ou como uma manifestação pós-infecciosa, que parece ser a mais freqüente. Na vigência de um quadro agudo de dengue, devemos pensar em acometimento do SNC diante de casos cursando com cefaléia intensa, vômitos, convulsão / delírio, insônia, inquietação, irritabilidade e depressão, acompanhados ou não de meningismo discreto sem alteração da consciência ou deficiência neurológica focal. Depressão sensorial e desordens comportamentais também podem ser sintomas da infecção.

Deve-se aventar a hipótese de envolvimento dos vírus dengue diante de pacientes com síndrome de Guillain-Barré (polirradiculoneuropatia aguda), meningoencefalomielite e mononeuropatias em pacientes que tiveram diagnóstico de dengue, dias ou semanas atrás.

Também têm sido descritos casos de paralisia de Bell (paralisia de hemi-face devido ao acometimento do nervo facial), neurite óptica, dificuldade de deambulação, disfunção sexual, retenção ou mesmo incontinência urinária.

Acredita-se que o comprometimento do SNC seja mais conseqüência de reações imunológicas do que do envolvimento direto do vírus no tecido nervoso, ou seja, uma reação provocada pela infecção viral por dengue com subseqüente inflamação perivascular, o que poderia acarretar edema cerebral, congestão vascular, hemorragias focais, infiltrados linfocitários perivasculares, focos de desmielinização perivenosa e formação de imunocomplexos.



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